Nada acaba, nada começa; tudo é.
Ontem eu fui a uma lanchonete e estava com meu filhote de um mês em seu carrinho, dormindo como um anjo. Cruzei com uma pessoa empurrando outra em uma cadeira de rodas; uma velhinha. Nada falamos, mas olhares foram trocados. A senhora olhou para o bebê com uma admiração e ternura, que eu filosofei: "ela deve estar pensando: este bebê está começando o que eu estou no fim". Pode ser que ela não tenha pensado em nada disso, mas esta passagem corriqueira me fez refletir bastante....
Na verdade, eu não sei de onde vieram nossas almas, nem se há algum lugar para onde elas irão, ou até se temos alma ou se isso realmente existe.. Se somos químicas e sinapses que um dia cansam e se apagam só e nossos átomos voltam à terra para se recombinar em outras formas...
Mas tenho a nítida ilusão real de que temos consciências individuais e que existimos durante nossas vidas, ao menos. O velho admira o novo ? O novo deve reverenciar o velho ? ou vices-versas ?
Experiências versus expectativas, o vivido e o a se viver, a sabedoria séria ou a inocência tola ?
Memórias deixadas ? Sonhos utópicos ?
Nem sei se é...(vide primeira frase do texto)
Mas foi bonito o cruzar dos extremos deste segmento compreendido entre o nascimento e morte a que denominamos vida... Muito lindo.
5 comentários:
Gostei do texto.
A velhinha olhou com ternura. Mas o que será que seu filho sentiu?
Provavelmente fome, ou sentimento de estar sujo, ou com cólicas...
A vida é cheia de lindos mistérios e verdades chocantes...
A vida é cheia de lindos mistérios e verdades chocantes...
Brilhante a crônica. Gostei muito.
Meus parabéns. Voltarei mais vezes aqui.
Abraços, e bom dia.
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